Gestão de risco na logística: confira o passo a passo de como fazer

A gestão de risco na logística é um fator cada vez mais debatido entre as empresas nos últimos anos, com um destaque especial para as operações no Brasil. Afinal, estamos falando de um país de dimensões territoriais enormes e com características específicas, tanto de infraestrutura como sociais, em todas as suas regiões.

Logo, um gerenciamento de riscos na logística nacional não envolve unicamente às questões operacionais das entregas em si, mas também leva em consideração fatores bem detalhados, que nem todos os países precisam analisar, como violência urbana, estradas em má qualidade, necessidade de multimodais e inúmeros outros exemplos.

Para entender melhor quais são esses principais desafios e os riscos da logística nacional, nós preparamos um post exclusivo sobre gerenciamento de riscos e sua importância, além de um passo a passo para a sua implementação prática.

Sem mais delongas, vamos direto às dicas. Confira!

Afinal, o que é uma gestão de riscos na logística?

A gestão de risco está ligada diretamente ao planejamento logístico estratégico das operações, antes mesmo que elas sejam realizadas. Ou seja, em outras palavras, esse tipo de gerenciamento engloba ações e cuidados para mitigar ao máximo as possíveis ocorrências que venham a causar riscos ou impactos negativos nos processos de um supply chain.

Isso pode incluir inúmeras — para não dizer infinitas — ações e planos ao longo da cadeia de suprimentos, desde a otimização do estoque até o monitoramento da entrega.

A gestão de riscos na logística basicamente busca identificar, mensurar, monitorar e agir para minimizar os potenciais riscos que uma operação pode envolver, seja por falhas ou gargalos da própria empresa, seja por ocorrências externas e fora do controle do gestor.

Qual é a importância do gerenciamento de risco na logística?

Sabemos que o gerenciamento de risco logística é um cuidado essencial para o aumento da eficiência na entrega dos produtos, pois as respostas aos riscos são melhores esclarecidas, o que ocasiona menores impactos negativos e custos adicionais para as empresas. De riscos os gestores entendem muito bem, como por exemplo, o roubo, avarias ou extravios de cargas, imprevistos com a frota, falta de organização no estoque, falhas humanas, entre outros casos.

Assim, sabe-se que os riscos podem causar problemas, mas nem sempre são acontecimentos negativos, como o aumento da demanda na venda de certo produto que causa também uma aceleração na linha de produção. Na prática, o gerenciamento de risco logística é o processo que identifica, avalia e mitiga os riscos nos processos logísticos, com a implementação de suas estratégias que ajudarão na operação mais eficiente.

A importância da implementação da prática nas empresas auxilia os gestores na antecipação dos riscos, já com o pensamento em tomar a atitude mais acertada para minimizar a sua ocorrência, trabalhando na prevenção dos mesmos.

Quais os potenciais riscos de uma operação logística?

Como bem destacamos, não há uma gestão de riscos pronta e padronizada para todas as operações logísticas, seja no Brasil, seja em qualquer outro país.

No entanto, trazendo isso para o nosso cenário nacional, há infinitos fatores que precisam ser levados em consideração em um gerenciamento de riscos logísticos, desde questões climáticas (como controles de temperaturas exatas para o transporte) até a realidade atual de nossas estradas.

Sendo assim, preparamos uma breve lista com alguns pontos que devem ser incluídos no planejamento de uma gestão de riscos em logística no Brasil. 

Confira:

  • questões de segurança pública (riscos de roubos de cargas, sequestros, desvios);
  • qualidade das estradas (buracos, segurança, iluminação, ocorrências);
  • custos logísticos (valor das operações, armazenagem, pedágios, hospedagens, alimentação);
  • infraestrutura logística (custos com armazéns, transportadoras, operadores);
  • tributação (valor de impostos, taxas, multas etc.);
  • prazos de entregas (apreensão de mercadorias, gargalos burocráticos, demoras na liberação);
  • capacidade operacional.

Quais são os tipos de riscos existentes nas empresas?

Primeiramente, falaremos dos riscos externos, o que significa serem os mais imprevisíveis, requerendo muito mais recursos para que sejam gerenciados. Alguns desses principais riscos são:

  • riscos de demanda que ocorrem quando a empresa faz o cálculo de forma errada sobre a demanda do produto, o que acaba atrasando o atendimento ao cliente;
  • riscos de fornecimento que ocorrem quando não são entregues os insumos no prazo acordado, o que causa uma pausa na linha de produção dos itens;
  • riscos do ambiente como um resultado direto de questões sociais, políticas e ambientais que afetam a cadeia de abastecimento.

Em seguida, falaremos dos riscos internos, que podem ser monitorados e identificados, sendo assim mais gerenciáveis. Os principais são:

  • riscos de fabricação que se referem a interrupção de alguma etapa do fluxo, causando o desacerto do cronograma operacional;
  • riscos de negócios causados pela interrupção nas operações padronizadas que pertencem aos processos essenciais da empresa;
  • riscos de planejamento causados por previsões imprecisas e produção mal planejada;
  • riscos de contingência quando não há um plano de ação para evitar interrupções na cadeia de abastecimento.

Como realizar uma gestão de riscos eficiente na logística?

Com base nos fatores abordados acima — e também em outros comuns em suas operações —, é possível criar uma base mais sustentável para seus planejamentos operacionais, consequentemente, com foco na redução de riscos.

Ou seja, se suas entregas enfrentam demoras na liberação aduaneira, por exemplo, cabe ao gestor identificar o problema, monitorar e agir para mudar esse cenário. O mesmo vale para casos constantes de roubos de carga, gargalos operacionais, custos elevados etc.

Independentemente dos riscos identificados, o passo a passo para a implementação de uma boa gestão de riscos logísticos deve começar a partir de etapas básicas de planejamento, conforme destacaremos a seguir. Confira!

Planeje e mapeie todo os potenciais riscos

No tópico anterior, listamos uma série de possíveis riscos comuns e factíveis em qualquer operação logística no Brasil. No entanto, devido à complexidade e dimensão do país, evidentemente, há inúmeros outros potenciais fatores que precisarão ser levados em consideração em seu planejamento.

Logo, o mais importante é conseguir, em primeiro lugar, mapear detalhadamente esse cenário e mensurar todo e qualquer risco que venha a comprometer ou impactar suas operações.

Para isso, busque imaginar todas as etapas dessa operação, antes mesmo que ela ocorra, e veja quais processos apresentam potenciais riscos.

Colete informações

Coletar informações também pode contribuir para “desenhar” melhor as suas operações. Em outras palavras, enumere dados e informações de suas entregas passadas e as liste em seu novo planejamento, a fim de evitar erros e falhas repetidas.

Confira também o cenário externo, como operações recentes de outras empresas na mesma rota, ações do governo, mudanças legais etc.

Mensure as consequências dos riscos

Erros e falhas logísticas muitas vezes podem comprometer o sucesso da operação e até mesmo causar prejuízos incalculáveis para o negócio. Por exemplo, uma negociação internacional sem o devido enquadramento legal pode acarretar sérias multas e até apreensões de sua carga.

Ainda que outros riscos tenham consequências menores, como atrasos, custos extras e devoluções de mercadorias, uma gestão de riscos logísticos visa exatamente minimizar ou eliminar qualquer possibilidade de impacto, sendo ele grave ou não.

Estude medidas de prevenção

Nessa etapa da gestão de riscos na logística, cabe ao gestor planejar e tomar decisões acertadas, após a identificação correta de determinado risco.

Isso pode ser feito por meio de KPIs ou monitoramentos específicos das ocorrências, implementação de sistemas de gestão, repaginação de processos, automação industrial, entre outros, visando principalmente reduzir os impactos ou eliminá-los de vez nas próximas operações.

Acompanhe as ações

Após a tomada de decisão do gestor, a empresa deve acompanhar os resultados de tais ações, justamente para mensurar os níveis de eficiência ou mesmo para saber se serão necessárias novas intervenções para a eliminação completa daquele risco.

Para isso, sistemas de gestão e parceiros estratégicos podem otimizar esse processo, agregando expertise e conhecimento técnico até a implementação de tecnologias propícias para um melhor gerenciamento.

Qual é o papel da tecnologia no gerenciamento de risco logística?

Por meio da utilização de equipamentos e de ferramentas de tecnologia avançadas, o gerenciamento de risco logística pode ser alcançado com êxito, em todas as etapas do processo produtivo, pois com o investimento em tecnologia de ponta pode-se ter a capacidade do registro das transações de compra e venda nas empresas, além da contratação dos serviços logísticos desejados.

Diante dessa integração há o contato direto com fornecedores e com clientes, como também os sistemas de gestão podem ser personalizados para cada tipo de empresa. Assim, toda a gestão de risco é iniciada com o planejamento de atitudes capazes de priorizar os principais problemas, para reduzir os seus impactos. Contudo, deve-se entender o mercado atuante para conseguir afastar os resultados negativos.

Enfim, essas são algumas dicas essenciais de como trabalhar uma boa gestão de riscos na logística, visando principalmente reduzir potenciais impactos negativos em suas operações. Vale destacar que tal estratégia não visa unicamente otimizar os processos de suas entregas, mas também agregar valores e resultados fundamentais no setor, como redução de custos, aumento da produtividade, minimização de perdas e até mesmo uma melhor experiência ao consumidor final.

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