Para gerenciar com sucesso a logística das empresas hoje, é preciso ficar atento às novidades e aos conceitos novos que surgem. Eles podem inspirar mudanças no planejamento para reduzir custos e aumentar a eficiência da cadeia de processos em seu negócio. Os termos cross docking e dropshipping se encaixam como opções que você deve analisar e conhecer.
Ambos se referem a estratégias de gestão e envio de mercadorias. Os dois apresentam vantagens, desvantagens e diferenças, de modo que cada um se encaixa melhor em um modelo de empresa. Para saber qual é o ideal, é necessário ter uma boa visão dos riscos, das necessidades e dos objetivos em cada tipo de companhia.
Para saber mais sobre os conceitos e suas possibilidades, acompanhe o resto deste texto.
O que é cross docking?
O cross docking é uma das estratégias modernas que são aplicadas para reduzir estoque e tornar o processo de envio mais eficiente. Ou seja, é ideal para empresas que precisam reduzir o tempo de entrega, melhorar a qualidade do serviço e desburocratizar o processo.
Trata-se de um conjunto de operações logísticas diretas, em que não há intermediários entre a empresa lojista e o cliente. Quando um pedido é feito, o produto vem do fornecedor e é armazenado em algum centro de distribuição da lojista para logo ser enviado. É diferente de ter um armazém com estoque parado, por exemplo.
A ideia do cross docking é diminuir a estocagem, com mercadorias prontas para o envio. Contudo, a depender da estratégia, pode ser necessário manter um nível mínimo de itens armazenados.
Cabe diferenciar os três tipos de cross docking: movimentação contínua, movimentação de distribuição, movimentação consolidada. A contínua envolve expedição rápida de itens isolados ou agrupados para evitar produtos parados, na de distribuição, um grande volume de itens é recebido e separado para expedição; a consolidada envolve a separação entre itens que são enviados e alguns que são mantidos como um estoque estratégico (que aguarda produtos para o mesmo destino).
Uma das grandes vantagens desse modelo é a possibilidade de gerenciar melhor as entregas para um único destino, o que melhora a comunicação com o cliente e sua satisfação. É possível evitar as despesas comuns com armazenamento de produtos a longo prazo: gasto de energia, com instalações físicas grandes e gastos com tecnologia para esses locais.
Assim, isso é refletido em preços mais amigáveis para o consumidor, o que favorece a fidelização deles e a melhoria geral do relacionamento. Ademais, o tempo de entrega é mais rápido, já que o processo é direto.
Como desvantagem, geralmente se destacam o investimento mais alto e a falta de sincronização com o fornecedor (essa tática requer, afinal, um cruzamento das docas da lojista com os fornecedores).
O que é dropshipping?
Por outro lado, o dropshipping é uma forma de gestão de estoque e de envio que busca eliminar a necessidade de estoque. O manuseio e o envio dos produtos é feito de forma totalmente descentralizada, pelo fornecedor, enquanto o lojista apenas controla o pagamento e recebe o valor da compra. Nesse sentido, a loja funciona quase como um intermediário, embora seja virtualmente a responsável pela venda e pelo item.
Isso é muito comum como uma estratégia para pequenas empresas que estão iniciando no mundo do comércio virtual. Como elas não dispõem de infraestrutura e de recursos para controlar a logística, distribuem essa função para o parceiro fornecedor, em um modelo de terceirização.
Uma das principais vantagens é o fato de que não há gastos com estoque, nem com toda a infraestrutura para manter um — energia, água, ferramentas, máquinas, pessoal etc. Além disso, não há perigo de manter estoque parado e enfrentar desperdícios de mercadorias: as movimentações só ocorrem sob demanda.
Justamente por não se preocupar tanto com a responsabilidade dos processos logísticos, a empresa pode oferecer uma variedade maior de produtos, se conectando a diferentes fornecedores. Assim, pode atrair mais pessoas e vender mais.
É possível vender de uma forma mais moderna, inclusive, sem precisar de estrutura física. Nesse sentido, a empresa pode até ser digital.
Como desvantagens, podemos mencionar a questão da descentralização da entrega, o que pode gerar problemas que não estão ao alcance da empresa. Produtos com defeitos, produtos atrasados, roubos e outras questões são gerenciadas pelo fornecedor, mas a má reputação relacionada fica como um resultado para a loja.
Outra desvantagem é a dificuldade de comunicação entre a empresa e seus parceiros, o que pode causar problemas de entrega e insatisfação.
Quais as diferenças entre cross docking e dropshipping?
Agora, vamos examinar as diferenças entre esses modelos logísticos. Para começar, vale ressaltar que o custo inicial no cross docking tende a ser maior. No dropshipping, como falamos, é possível começar de forma bem pequena, sem grandes gastos. Porém, com o tempo, é viável conseguir um índice de lucratividade superior com o cross docking.
Quanto ao relacionamento com o cliente, temos ainda mais diferenças. O cross docking tende a gerar uma relação mais direta e fácil com o cliente, uma vez que a loja controla o processo de envio, os prazos e toda a burocracia relacionada. O drop shipping envolve um pouco da perda desse controle, então a loja pode ter problemas para atualizar o cliente acerca das etapas de envio, por exemplo.
Como vimos, o estoque no drop shipping é inexistente, os produtos vêm do fornecedor, com apenas uma intermediação da loja em parceria. Já no cross docking, a empresa mantém um estoque mínimo, controlado e pronto para ser expedido.
Enquanto no dropshipping os itens costumam vir de várias fontes, mesmo em uma mesma compra, no cross docking, é uma realidade o envio a partir de um único local, com o agrupamento de todos os produtos que vão para o mesmo destino.
Por conta de sua terceirização e dependência de uma outra companhia, o dropshipping tende a ser mais arriscado. O cross docking envolve um controle que diminui os riscos inerentes aos processos logísticos.
Como vimos, o cross docking e o dropshipping são dois modelos de logística baseados em reduzir estoque e aumentar a eficiência, de acordo com as demandas. Assim, envolvem uma organização da empresa com seus fornecedores para controlar o envio e combater principais problemas, como produtos parados, falta de espaço internamente e excesso de custos.
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